Esta pesquisa enfoca
particularmente a relação entre arquitectura e cidade presente no manuscrito que
reúne, nas lembranças, uma série de imagens destinadas a conferir um perfil
monumental a Lisboa, cidade capital do reino e modelo para as principais
colónias portuguesas. No novo olhar sobre Da Fabrica que falece procura
verificar a hipótese de que o manuscrito deva ser interpretado como um memorial
de arquitectura aplicado à cidade, onde o arquitecto elabora imagens retóricas
para promover a Renovatio urbis de Lisboa. Como - Rainha de um vasto império
português a capital deveria ser transformada à imagem da magnificência da Roma
Antiga e imperial, um topos que já vinha sendo reiterado nas principais cortes
italianas entre os séculos XV e XVI e que nas palavras de Holanda assume um tom
muito particular. Os ensaios destacam a importância assumida por Holanda,
enquanto arquitecto conselheiro régio, que interpreta as aspirações artísticas e
políticas conflitantes da corte de D. João III (1521-1557) e D. Sebastião
(1568-1578). E em função das experiências vivenciadas em Itália, sobretudo em
Roma, Florença e Veneza, através de levantamentos, do estudo da Antiguidade, da
arquitectura Imperial e do contacto mantido com artistas italianos ele propõe a
renovação da cidade capital decalcada no modelo antigo.
Introdução, notas e comentários de José da Felicidade
Alves
Formato: 17 x 23,5 cm / 110
Páginas Br
Edição Livros Horizonte, 1984
Edição Livros Horizonte, 1984
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